Presidente da Embratur aponta dificuldades do Brasil no turismo


Para o presidente da Embratur, Flávio Dino (foto), um dos grandes problemas enfrentados pelo segmentos do turístico brasileiro é a falta de competitividade. O problema está no preço e na qualidade que são a principal agenda do setor. Dino participou, nesta quarta-feira (18) de audiência pública na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara para avaliar os resultados da Copa das Confederações, realizadas em junho deste ano. Ele também falou da necessidade de maior fiscalização dos serviços prestados e que está sendo feita uma parceria com os Procons das cidades-sede da Copa.

Ainda de acordo com Dino, a dependência do transporte aéreo para turismo é outro problema a ser enfrentado. “Não temos integração ferroviária com países vizinhos, temos barreiras naturais como os Andes e a Amazônia, portanto, dependemos da aviação regional", explicou. Diante disso, o presidente da Embratur apontou a necessidade da atuação de mais companhias aéreas regionais para operar esses voos e de subsídios para promover novas concessões desse tipo.

Flávio Dino sugeriu uma política de "céus abertos" na América do Sul, como incentivo, da mesma forma como foi feito na Europa. Além disso, ele sugeriu a promoção de desonerações tributárias que beneficiem o setor, como para os combustíveis de aviões.

Dino também considera insuficiente o número de pessoas que falam inglês atuando no setor e acha impossível que se forme profissionais a tempo. “Vamos investir em novas tecnologias como aplicativos e centros informatizados de atendimento e suporte ao turista”, informou.

O presidente da Embratur também pediu que os deputados alterem a Lei Geral de Turismo para definir melhor as atribuições da Embratur e do Ministério. Dino fez ainda um apelo para que o orçamento da Embratur para 2014 seja reforçado.

Estrangeiros voltarão

O Secretário Nacional de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo, Vinicius Lummertz, que também participou da audiência pública, apresentou resultado da pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) realizada com turistas brasileiros e estrangeiros que estiveram nos jogos da Copa das Confederações, em junho.

O levantamento aponta que 75,8% dos estrangeiros entrevistados disseram que voltariam para a Copa do Mundo em 2014. A maior parte do público também avaliou positivamente os serviços de táxi (88,3%), segurança pública (78,3%), transporte público (72,8%), limpeza pública (71,9%) e sinalização turística (70,2%) nas cidades-sede da Copa das Confederações.

Lummertz defendeu a necessidade de prefeitos, governadores e o próprio governo federal investirem mais em turismo, além da formalização de parcerias público-privadas (PPPs). “Precisamos criar plataformas de investimentos em Belém, Manaus, na costa catarinense, em alguns locais do Rio de Janeiro. Esses lugares podem funcionar como Cancun, Orlando ou Las Vegas, cada um com sua vocação”, exemplificou.

Do you speak english?


O presidente da Comissão de Turismo e Desporto, deputado Valadares Filho (PSB-SE) e outros parlamentares manifestaram preocupação com o atendimento ao turista estrangeiro durante a Copa de 2014 e a falta de profissionais que falam inglês no setor no Brasil.

A pesquisa da Fipe revela que o atendimento no idioma estrangeiro foi um dos itens que recebeu piores avaliações na Copa das Confederações deste ano, ficando na frente apenas da avaliação dos preços de alimentação no estádio. Metade dos turistas estrangeiros ouvidos recebeu atendimento no seu idioma, provavelmente o espanhol. México, Uruguai, Espanha, Colômbia e Argentina foram juntos responsáveis por quase 40% dos turistas estrangeiros que estiveram no evento preparatório para a Copa do Mundo.

O deputado Vicente Candido (PT-SP) sugeriu que pelo menos a sinalização das cidades-sede em língua estrangeira e a tradução de cardápios em restaurantes sejam feitas até o evento do ano que vem. "Isso já facilitaria a acolhida ao turista estrangeiro", disse.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara
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