Nova Exposição no MAP


A Fundação Municipal de Cultura abre ao público nesta quarta-feira, dia 7, às 19h, a nova exposição do Museu de Arte da Pampulha (MAP), “O olhar: do íntimo ao relacional”, com curadoria do pesquisador e professor Rodrigo Vivas. A mostra apresenta obras pertencentes aos acervos do próprio MAP, do Museu Histórico Abílio Barreto e também do Museu Mineiro. A exposição fica em cartaz até o dia 13 de julho e pode ser visitada de terça a domingo, das 9h às 18h30. A entrada é gratuita.
A exposição é resultado de um estudo coordenado por Rodrigo Vivas, desde 2002, sobre as artes visuais em Belo Horizonte, baseado nas obras desses três importantes museus da cidade. A ideia do curador foi colocar os três acervos em diálogo, possibilitando a interface entre obras separadas pela história individual de cada instituição. Além disso, ele buscou valorizar as obras em seu caráter particular através de aspectos materiais e visuais. Na mostra poderão ser vistas obras de artistas como Guignard, Goeldi, Regina Silveira, Belmiro de Almeida, Honório Esteves, Marcos Coelho Benjamim, Cildo Meirelles, Aníbal Mattos, Frederico Morais, Delcio Noviello, Adrianne Gallinari, Rodrigo Andrade, Eduardo Coimbra e Eder Santos. “São obras colocadas em diálogo pela primeira vez. Nossa intenção é dar visibilidade a esses acervos que desde a década de 1950 foram pouco apreciados pela população. Queremos que as pessoas tenham essa experiência de ver obras relevantes de grandes artistas”, afirma Rodrigo.
Para organizar esses acervos, foi criada uma divisão da exposição em quatro núcleos: Desejo, Melancolia, Contaminação e Vertigem. No espaço “Desejo”, o olhar é conduzido a ambientes privados ocupados por figuras imersas em sua intimidade. As obras se relacionam ao desejo, e buscam recuperar uma experiência mais íntima. Na sala “Melancolia” o curador propõe “um olhar deslocado, o olhar com temporalidades fundidas, que não permite o repouso ou a estabilidade”. O olhar melancólico se realiza pela fragmentação, conjuga o gestual e o expressional em um espaço provisório, apresenta o corpo e a alma em esferas opostas, enquanto a matéria se coloca prostrada, imóvel, incapaz de impor resistência.
Em “Contaminação” o olhar está disseminado em construções e projeções, que saltam da imaginação e se materializam em obras artísticas. Segundo o curador, o observador é contaminado pelo espaço no qual se insere, percorre e contempla, tornando-se parte dele, num incessante diálogo. As obras saltam aos olhos, comunicam através da construção de sentidos possíveis, de realidades imaginadas e imaginárias. Já o espaço “Vertigem” traz a busca de uma experiência expandida, sem limites, sem molduras. O objetivo é a potencialidade do olhar e reverbera nas formas do museu. As obras escolhidas conduzem à interpretação do olhar como atuante sobre o espaço, em sua capacidade de recriar a paisagem para além dos espaços conhecidos.
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